Ivan Santos*

O Partido dos Trabalhadores (PT) quando esteve no poder com Lula e Dilma, deu cartas e jogou de mão sem medo de ser feliz. Construiu uma coalização turbinada com dinheiro público, tão poderosa que poderia ter decretado uma monarquia e coroado Dom Luiz Inácio I como imperador do Brasil. Não o fez porque acreditou que, com o apoio de grupos de aproveitadores como o MST, teria poder para mandar e desmandar na República por, pelo menos, meio século. Fora do poder o PT ainda não percebeu que é parido de um líder só. Sem este líder o ex-Partidão levou a primeira pancada na moleira na eleição municipal passada. Hoje o ex-soberano criador do lulopetismo está preso em um presídio em Curitiba onde cumpre pena de 12 anos e um mês por corrupção. Mesmo assim o conhecido político transformou a cela onde está em comitê eleitoral e de lá dita regras e procedimentos que são cumpridos com fidelidade canina pelos dirigentes do PT. No presídio o condenado Lula não está isolado como deveria. Da cadeia ele manda o PT dizer aos brasileiros e à Justiça Eleitoral que é candidato a presidente da República, embora Lei da Ficha Limpa prescreva que uma pessoa condenada em segunda instância, como é o caso dele, não pode ser candidato a cargo algum no Brasil. O PT não tem autonomia para ignorar as ordens do presidiário e lançar outro nome como candidato a presidente. Por ordem do capo, o PT lançou um fantoche como candidato a vice-presidente que, se o capo permitir, poderá ser titular no jogo eleitoral. Com este jogo o PT corre o risco de sair das eleições deste ano como partido nanico. Hoje o PT não tem expressão política para atrair candidatos com credibilidade social como fez em 2002 com o empresário José Alencar que deu credibilidade ao projeto político liderado pelo sindicalista Lula. O PT está numa encruzilhada sem rumo e dominado por um presidiário que já pintou e bordou neste pais. Se não acordar hoje, amanhã poderá ser tarde demais.

*Jornalista