Os dirigentes do PT protocolaram ontem no Tribunal Superior Eleitoral o pedido de registro da candidatura do presidiário Luiz Inácio Lula da Silva para presidente da República. Foi um ato praticado com a intenção de enganar eleitores desinformados. Lula foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro a cumprir pena de 12 anos e um mês em Curitiba. Pela Lei da Ficha Limpa sancionada pelo próprio Lula quando foi presidente da República, ele não pode ser candidato. A lei prescreve que as pessoas condenadas em segunda instância não podem se candidatar a cargo público. Para reforçar a farsa o PT juntou uma certidão de vida pregressa do pré-candidato expedida pela cidade de São Bernardo do Campo (SP) onde ele vive e não tem antecedentes criminais. O pedido de registro da candidatura entregue no TSE leva o nome do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad como candidato a vice. Só politicagem de politiqueiros da politicagem. O PT pretende enganar seus seguidores dando-lhes a impressão de que Lula é um perseguido político que só não será candidato porque forças poderosas, inimigas dos pobres, não permitem. Assim farão propaganda dizendo que Lula apoia Haddad e Manuela D’Ávila para presidente e vice. Por meio desse engodo esperam atrair votos para a causa lulopetista que é ocupar o poder para dele tirar proveito. O pedido de registro da candidatura do “artista” petista já foi contestado ontem pela procuradora geral da República, Raquel Dodge. Vários juristas já disseram que a candidatura de Lula não será aceita. Ao PT a aceitação ou não pouco importa. O que importa é a transformação do líder em perseguido político para comover e iludir a massa despolitizada para conquistar votos e reconduzir os petistas ao poder. O PT poderá substituir Lula por Haddad ou Manoela D’Ávila até o dia 17 de setembro. Até lá deveremos assistir a uma das mais ridículas e inusitadas óperas cômicas da política nacional: a defesa de um condenado por improbidade administrativa para governar o Brasil. Saravá!
*Jornalista
O PT ensinou a Ciro Gomes que só existe um amigo verdadeiramente sincero numa campanha eleitoral: o amigo do alheio.
A despeito da suposta amizade que nutre por Ciro, Fernando Haddad, o “POSTE” de Lula, assistiu em silêncio à emboscada que o petismo preparou para o candidato do PDT, retirando-lhe o PSB da coligação como quem rouba pirulito de criança.
Agora, Haddad reivindica o apoio de Ciro à sua participação nos debates presidenciais.
Recebeu o troco.
”O PT é meu adversário”, declarou Ciro nesta terça-feira, antes de indagar o óbvio: “Quem é o candidato do PT à Presidência? É o Lula. Por que o Haddad vai para os debates? Compreende o que eu estou dizendo? Isso depende de mim? Então o Bolsonaro pode mandar o General [Hamilton Mourão]. É cada uma…”.
Ciro tem razão.
Não se deve confundir ex-presidente com divindade nem pose com dignidade.
Tampouco convém tratar candidatura como propriedade.
Condenado em Segunda Instância, Lula tornou-se um ficha-suja inelegível.
Se quisesse, o PT acomodaria Haddad em todos os debates.
Bastaria registrá-lo na Justiça Eleitoral como cabeça de chapa.
Qualquer coisa diferente disso é bagunça.
No exercício do papel de porta-voz de Lula, Fernando Haddad dedicou-se nesta terça-feira à prática de um esporte que tem muitos adeptos no PT: o tiro contra o próprio pé.
Horas antes da posse de Rosa Weber na presidência do TSE, Haddad aconselhou a ministra a não se submeter a pressões no julgamento do pedido de registro da candidatura presidencial de Lula.
”O Judiciário não deveria sofrer pressão de tipo nenhum”, declarou Haddad. “Quem é que está fazendo pressão? Os adversários do Lula? Quem é que está fazendo pressão? A mídia? Ela tem de julgar de acordo com a lei, não de acordo com a pressão que ela venha a receber, com os telefonemas que ela venha a receber. É uma ministra respeitável, não tem que se sujeitar a pressão de ninguém.”
Hoje, o grande adversário de Lula é a Lei da Ficha Limpa.
A mídia esforça-se para relatar os esforços do ex-presidente para contornar sua condição de ficha-suja.
No momento, quem está fazendo pressão de verdade são os aliados do petismo nos movimentos sociais, que marcham sobre Brasília.
Nesta quarta-feira, puxados pelo MST, militantes companheiros gritarão “Lula Livre” defronte da sede do TSE.
O próprio Haddad, ao pedir à ministra que não aceite pressão, já está pressionando.
O futuro ‘POSTE’ de Lula ainda não notou.
Mas sua preocupação em relação à nova presidente do TSE talvez seja desnecessária.
Rosa Weber tem um perfil conhecido.
Votou a favor da cassação da chapa Dilma-Temer, juntando-se à minoria derrotada.
No Supremo, deu o voto decisivo para a formação da maioria de 6 a 5 que abriu o caminho para que Lula fosse passado na tranca.
Há seis anos, quando a Lei da Ficha Limpa foi questionada na Suprema Corte, Rosa Weber ajudou a salvá-la.
A ministra declarou em seu voto:
“A Lei da Ficha Limpa foi gestada no ventre moralizante da sociedade brasileira, que está agora a exigir dos Poderes instituídos um basta.”
Em vez de pressionar, Haddad deveria ecoar a nova chefe do TSE.
Afinal, foi Lula quem sancionou a lei que o PT agora tenta driblar.
O Tribunal Superior Eleitoral deseja aplicar a Lei da Ficha Limpa contra Lula até 31 de agosto.
Nesse dia, começa a propaganda política no horário eleitoral de TV e rádio.
E a maioria dos ministros do TSE avalia que não faria sentido permitir que Lula fosse ao ar como candidato ao Planalto, pois sua inelegibilidade é incontroversa.
A defesa de Lula já se movimenta para atrasar o processo.
Tomado pelo pedido de registro de sua candidatura, protocolado nesta quarta-feira no TSE, Lula é um político ficha limpa.
A Polícia Federal, a Procuradoria da República e o Judiciário discordam. Graças à discordância, Lula está preso há 133 dias, com uma sentença de 12 anos e um mês de cadeia grudada em sua biografia.
Um inocente convencional exigiria uma manifestação rápida da Justiça Eleitoral, para que pudesse pedir votos ao eleitor de fronte erguida.
Dá-se, porém, o oposto. Lula não tem pressa.
Com a velocidade de um raio, a procuradora-geral da República Raquel Dodge ingressou no TSE com uma impugnação do pedido de registro do hipotético candidato petista.
Em petição enxuta a chefe do Ministério Público solicitou a “rejeição liminar do requerimento” de Lula, “sem qualquer outro efeito jurídico que o habilite a ser considerado candidato sub judice ou a pretender o financiamento de sua candidatura com recursos públicos, que são destinados apenas a financiar campanhas dos elegíveis.”
Por sorteio, o vice-presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, foi escolhido como relator do registro da postulação de Lula.
O petismo alarmou-se, pois Barroso vem se notabilizando no Supremo como um magistrado que os malfeitores consideram duro de roer.
Sua tendência, informam os colegas, é a de levar a encrenca para o plenário do TSE com toda a brevidade que a legislação permita.
Como que decidida a conspirar contra o excesso de eficiência do TSE, a defesa do presidiário do PT questionou, ainda na noite de quarta-feira, a escolha de Barroso como relator da encrenca.
Os advogados insinuam que a relatoria deveria ficar a cargo de outro ministro: Admar Gonzaga.
Por quê?
Antes da impugnação formulada por Raquel Dodge, aportaram no TSE outras duas contestações à candidatura de Lula —uma de Kim Kataguiri, do Movimento Brasil Livre; outra do ator Alexandre Frota.
Ambas foram à mesa de Admar Gonzaga.
Com isso, o ministro teria se tornado o que no jargão jurídico é chamado de “juiz prevento”.
Significa dizer que todas as causas relacionadas ao pedido de registro da candidatura de Lula deveriam ser direcionadas a ele.
Em nota, os advogados de Lula alegam que não se opõem à entrega do processo para Barroso.
Preocuparam-se em alertar sobre a “prevenção do ministro Admar” apenas para “evitar eventuais nulidades.”
Parlamentares petistas não escondem o que está por trás da “manifestação técnica” dos advogados.
Congressistas do PT recordam que, em junho, Admar fez declarações públicas contra a candidatura de Lula.
Deu-se em Curitiba, num debate sobre inelegibilidade, promovido pelo Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral.
“Quando se almeja cargo de presidente da República, não podemos brincar com o País”, disse Admar Gonzaga no evento.
O ministro prosseguiu:
“Não podemos fazer com que milhões de brasileiros se dirijam à urna para votar nulo. Não contem comigo para isso. Na hora que ele (Lula) traz uma certidão e uma prova da sua inelegibilidade, e eu sou um juiz, e isso já tem jurisprudência de 50 anos, eu posso rejeitar o registro de ofício (sem a necessidade de provocação de terceiros).”
Em tese, essas declarações fornecem boa matéria-prima para que os advogados de Lula apresentem uma arguição de suspeição contra Admar.
Com isso, atrasariam o relógio do TSE. Com Barroso na relatoria, a manobra protelatória ficaria inviabilizada.
Há um ano, Barroso defendeu em público a Lei da Ficha Limpa.
Disse que ela “atende algumas demandas importantes da sociedade brasileira por valores como decência política e moralidade administrativa.”
Mas jamais comentou publicamente o que pensa sobre a situação jurídica da candidatura de Lula.
Ou seja: o petismo prefere Admar por avaliar que, com ele na relatoria, fica mais fácil atravessar no TSE um debate sobre a suspeição do magistrado, protelando a decretação da inelegibilidade de Lula.
É como se o candidato-fantasma e seu Estado-Maior considerassem que Justiça boa é um TSE bastante lento.
Lula será proibido de disputar o Planalto.
Isso acontecerá porque ele é ficha-suja e a Justiça Eleitoral decidiu fazer valer a Lei da Ficha Limpa.
O PT sabe que registrou no TSE um candidato-fantasma.
Tanto que já levou à vitrine um substituto: Fernando Haddad.
A insistência de Lula em prolongar a polêmica sobre sua falsa candidatura tem dois propósitos: desmoralizar a Justiça e enganar o eleitor.
A defesa de Lula mobilizou advogados especializados em jurisprudência eleitoral para esticar um processo que todos sabem que não dará em coisa alguma.
Um político que se imaginava invulnerável, e está preso numa sala de 15 m2, tem todo o direito de optar por viver no ‘Mundo da Lua’.
O que não seria aceitável é que a Justiça fizesse o papel de boba.
Lula prepara o ambiente para transferir votos para Haddad.
No limite, gostaria que o veto do TSE viesse depois de 17 de setembro, quanto não haveria mais tempo de retirar sua foto das urnas, facilitando o cambalacho.
Como se fosse pouco, Lula usa o Tesouro Nacional para ludibriar o eleitorado, pois sua campanha fantasma é financiada com dinheiro público.
Já não basta indeferir a candidatura de Lula.
A Justiça terá de exigir ressarcimento dos gastos.
O Brasil já conviveu com muitas anomalias políticas.
Mas nunca um candidato cenográfico havia se apresentado formalmente como pretendente ao Planalto.
Lula rompeu todos os paradigmas.
Tornou-se um personagem curioso.
Com o pedido de registro de sua candidatura no TSE ele dá sequência à representação da pior encenação de si mesmo.
Lula nunca prestou depoimentos, sempre deu espetáculos.
Ele jamais se explicou, apenas desconversou.
Ainda hoje, Lula não se defende, ataca.
O personagem imaginava-se invulnerável.
Achava que não seria denunciado.
Foi.
As denúncias não virariam ações penais.
Viraram.
Não seria condenado.
Foi, em duas Instâncias.
Não teriam a coragem de prendê-lo.
Está em cana.
O pedido de registro do candidato ficcional do PT monta no TSE um puxadinho do teatro.
Ali, Lula joga um jogo que considera jogado.
A encenação dentro do tribunal é apenas parte de um espetáculo maior. Indeferido o registro da candidatura, Lula vestirá o figurino de mártir e escreverá na cadeia uma carta de lançamento do seu novo POSTE: Fernando Haddad.
Considerando-se o que aconteceu com o poste anterior, Dilma Rousseff, verifica-se que a cadeia inspirou em Lula apenas o ímpeto da reincidência.
O PT protocolou no TSE o pedido de registro da candidatura de Lula.
O candidato-fantasma apresentou-se à Justiça Eleitoral como um político ficha limpa.
Pense só nisso.
Esqueça o resto.
Condenado a 12 anos e um mês de cana, encarcerado desde 7 de abril, Lula pede ao Brasil que se finja de bobo e acredite que sua biografia continua imaculada.
A pseudo-candidatura de Lula já era inacreditável.
Tornou-se inaceitável.
A insistência do presidiário em prolongar uma postulação fictícia parecia uma imprudência.
Virou um escárnio.
Num Brasil imerso em indignação, em que 60% do eleitorado oscila entre a raiva e o desalento, o excesso de desfaçatez transforma Lula numa caricatura de si mesmo.
Todos sabem aonde Lula quer chegar com sua chapa três-em-um. Quando for barrado pela Justiça Eleitoral, o presidiário promoverá Haddad de vice para POSTE, içará Manuela D’Ávila à condição de número dois da chapa, e intensificará o processo de transfusão de votos.
Noutros tempos, isso seria chamado de astúcia política.
Hoje, é apenas mais um cambalacho.
Lula vive uma experiência paradoxal: considera-se um político acima de qualquer suspeita.
No Judiciário, contudo, o que Lula chama de reputação é apenas a soma das ilegalidades que lhe atribuem sem que ele consiga rebater.
Ao esticar a pantomima de sua candidatura ilegal, Lula ignora o direito do eleitor brasileiro a uma eleição eticamente sustentável.
Cabe à Justiça Eleitoral limpar o processo.
Quando mais rápida for a higienização, menor a desmoralização.
Esses petistas adoram armar um circo para, depois, atearem fogo ao mesmo e autoproclamarem-se vítimas. Se quiserem tornar a enganar o povo e as autoridades brasileiras, melhor seria se mudassem suas estratégias.