Ivan Santos*

O tempo para os partidos políticos realizarem convenção para oficializar candidatos a presidente, senador, governador, deputado federal e estadual começa amanhã, 20 de julho e se estenderá até 5 de agosto. O PSL, atual partido do deputado federal Jair Bolsonaro, que sem Lula lidera nas intenções de votos para presidente da República, realizará a convenção para oficializar candidatos no próximo domingo, dia 22 de julho. Se o cenário político não mudar até lá, o PSL de Bolsonaro sem apoio de outra legenda. Sozinho, o candidato Bolsonaro só terá oito segundos de tempo de televisão para a propaganda eleitoral gratuita. Bolsonaro não se preocupa e confia na Internet para espalhar informações sobre o programa de governo dele, cuja prioridade tem sido segurança pública. Ontem, os partidos PR e PRP decidiram não se coligar com o PSL porque não conseguiram se entender com Bolsonaro, candidato que acusam de autoritário e sem jogo de cintura para negociações políticas. Esta realidade indica que se o astro do PSL se eleger presidente não terá facilidade para articular ações políticas com o Congresso e poderá repetir no Brasil o fenômeno Jânio Quadros e Fernando Collor que trombaram com as “forças estranhas” e não puderam governar. Jânio renunciou ao mandato e Collor foi deposto pelo Congresso. O relacionamento do deputado Jair Bolsonaro com partidos políticos não tem sido pacífico. Esteve no PSC e rompeu com este partido porque não queria aproximação com o PCdoB. Foi liberado para mudar de legenda e foi para o PEN. Neste partido, Bolsonaro entrou em divergência por causa de discussões sobre prisão em segunda instância e, como não foi ouvido como queria, ficou poucos dias neste partido. Acertou a transferência para o PSL, mas a chegada dele nesta legenda não foi pacífica. Ainda na fase de negociações com o presidente da legenda, deputado Luciano Bivar, o Movimento Livres, que se abrigava no PSL, abandonou a legenda. No PSL tem muitos dirigentes aborrecidos com Bolsonaro porque neste partido ele quer impor regras e normas como imagina que deva ser o processo político. No PSL, Bolsonaro já começou a se transformar em um personagem isolado e assim deverá continuar até o dia da eleição. Por causa do radicalismo bolsonariano, a negociação com o PRP deu em nada e também a candidatura do general Augusto Heleno para vice. Até amanhã Bolsonaro vai tentar atrair a advogada do impeachment de Dilma, Janaina Paschoal para vice. Se não se acertar com ela, deverá lançar um nome do próprio PSL para vice. Os primeiros passos do pré-candidato Jair Bolsonaro nas articulações políticas não são promissores e podem resultar em bu-bu-bu no bó-bó-bó.

*Jornalista