Ivan Santos*

O MDB continua rachado em Minas Gerais. A maioria dos deputados federais e estaduais querem marchar unidos nas próximas eleições com o governador petista Fernando Pimentel porque acreditam que a união com o PT lhes facilita a reeleição. Porque o vice-governador Antônio Andrade e deposto da legenda não aceitava coligação com o PT e bandeou-se em direção ao deputado Rodrigo Pacheco (DEM), candidato de oposição a Pimentel, os deputados emedebistas se uniram do diretório e, majoritariamente, renunciaram ao comando estadual do Partido. Foi um golpe certeiro para destituir o presidente da legenda no Estado e constituir uma Comissão Provisória para conduzir o MDB no processo eleitoral. Preside a Comissão Provisória recém nomeada, o deputado federal Saraiva Felipe que informou que o MDB não terá candidato próprio a governador como queria o presidente destituído. O MDB-MG vai negociar com o PT e com o PMDB. Quem oferecer mais vantagem levará o apoio do Partidão e o tempo de propaganda eleitoral gratuita deste. Sem segredo, os deputados federais e estaduais acham mais vantagem uma coligação com o PT porque no PSDB há muitos nomes bons de votos e isto seria desvantagem para a reeleição dos emedebistas. Fica claro que os parlamentares pensam em causa própria e não em causa pública. Depois de muita intriga, falação e bate-boca, o presidente nacional do MDB, senador Romero Jucá destituiu o diretório regional do Partido em Minas e nomeou uma Comissão Provisória para conduzir a eleição. Ainda ninguém sabe se essa Comissão vai se unir ao PT e defender no Estado o candidato nacional do Partido a presidente, Henrique Meirelles. O embrulho está grande e difícil de conduzir. Toda esta confusão ocorreu no âmbito do diretório estadual do MDB sem consulta aos diretórios municipais do Partido, muitos dos quais, aborrecidos com o governador Pimentel que segue mal avaliados pelos prefeitos que reclamam pagamentos de recursos constitucionais retidos pelo governo do Estado, podem não aceitar a aliança com o PT. O vice-governador deverá tentar levar os diretórios do interior a apoiarem Rodrigo Pacheco, candidato do DEM a governador. Muitos prefeitos emedebistas inclinam-se em direção ao tucano Anastasia. O MDB-MG está imprevisível em Minas Gerais.

*Jornalista