Ivan Santos*

A temperatura no MDB-MG aumentou muito nesta semana e alguns atores importantes da cena política mineira se uniram para detonar o presidente do Partido, vice-governador Antônio Andrade, só porque ele não quer aliança com o PT e defende candidatura própria para governador nas eleições deste ano. Os deputados federais e estaduais do Partido querem se unir ao PT e ao governador Fernando Pimentel por uma razão simples: o PT poderá garantir uma legenda robusta que na opinião dos parlamentares emedebistas lhes facilite a reeleição. Assim, tempo de eleição é como tempo de murici: cada um cuida de si e não do interesse do Estado. Nesta semana, 55 dos 87 membros do Diretório Estadual do MDB, a maioria deputados federais e estaduais, apresentaram ao presidente nacional do Partido, senador Romero Jucá, um documento no qual renunciaram e se declararam fora do Diretório do Partido. Foi apenas uma jogada estratégica para forçar a destituição do Diretório presidido pelo vice-governador Antônio Andrade e facilitar uma coligação com o PT. Os parlamentares argumentam que Antônio Andrade quer impor uma candidatura própria a governador ou apoiar a candidatura do tucano Antônio Anastasia. Para os deputados rebelados, uma coligação com o PSDB que tem candidatos fortes para a Câmara Federal e para a Assembleia Legislativa não lhes interessa. Melhor será união com o PT que tem estrutura partidária forte e um candidato a governador competitivo e com abundantes recursos para propaganda eleitoral. Assim eles acreditam que terão mais facilidade para a reeleição. O jogo é em defesa do próprio interesse, não no interesse do Estado. Os parlamentes mineiros acreditam que o atual presidente do Partido joga contra o PT porque se desentendeu com o governador e hoje defende interesses particulares, não o interesse da corporação.  O tempo para a oficialização dos candidatos em convenções vai começar na próxima sexta-feira, dia 20, e se estenderá até o dia 5 de agosto. Neste período devem crescer articulações para a formação de coligações e alguns candidatos a governador que hoje desfilam pelo Estado em busca de apoio popular poderão mudar de posição ou ficarem sem equilíbrio numa corda banda ou no mato sem cachorro. Vai haver choro e muito ranger de dentes ns próximos dias.

*Jornalista