Ivan Santos*

O Datafolha divulgou hoje o resultado de nova pesquisa com uma indicação clara, segundo a qual, uma parte expressiva dos eleitores do Brasil, desinformada ou indecisa segue sem saber em que votar para presidente na eleição de outubro vindouro. Digo que há muitos eleitores desinformados porque, dois meses depois da prisão por improbidade (corrupção e lavagem de dinheiro) do o ex-presidente Lula, muitos eleitores continuam a ignorar que o líder petista é hoje um presidiário. Por isto Lula recebe intenções de votos para voltar a presidir o Brasil. Neste país está em vigor a Lei da Ficha Limpa, de iniciativa popular, sancionada pelo então presidente Lula que impede a um político condenado em segunda instância ser candidato a um cargo eletivo. Assim, Lula não poderá ser candidato a presidente, salvo decisão de um tribunal superior, no caso o Superior Tribunal de Justiça, Tribunal Superior Eleitoral ou Superior Tribunal Federal. O Brasil é um País democrático onde a lei deve prevalecer sobre a vontade de um partido ou grupo político. A pesquisa do Datafolha, realizada depois de encerrada a greve dos caminhoneiros, mostra Lula como líder nas intenções de votos com 30%. A mesma pesquisa revela que mais de um terço dos eleitores se declararam indecisos. Sem Lula na disputa, o preferido do eleitorado é o deputado Jair Bolsonaro (PSL) que conquistou a simpatia de 19% dos eleitores, seguido pela ex-senadora Marina Silva, com 15%. A persistir esta tendência e sem Lula na disputa, ninguém se surpreenda se o segundo terno da próxima eleição para presidente for disputado entre Jair Bolsonaro e Marina Silva. Entre os outros candidatos as melhores posições na pesquisa foram alcançadas por Ciro Gomes (PDT) com 11% e Geraldo Alckmin (PSD) com 7%. Para o Datafolha, Ciro Gomes e Alckmin estão tecnicamente empatados. Os outros candidatos, pelo menos até este momento, não teriam chance de chegar ao segundo turno. Este resultado indica que neste momento, no Brasil, quem tem experiência para governar não tem votos para se eleger presidente; quem tem votos não tem programa nem experiência para governar. Assim, o futuro do Brasil a Deus pertence.

*Jornalista