Padre Amauri Paixão*

Paz e bem, abraços cidadãos em tempos de baixa cidadania.
Certa ocasião ouvi de um cristão; ” Tenho saudades do tempo em que o seu vigário andava de batina preta e nós ajoelhava, pra pedir benção ao seu vigário ainda que o mesmo não respondia a com tempo”. Fiquei pensando essa expressão alguns dias e conclui que se tratava mais que uma saudade visual, mas saudade no conteúdo o que no meu entender é pior do que o visual, pois visual é como moda vai e vem, como dizia um professor meu de história apesar dos hábitos os desejos inerentes ao ser humano continuam, sejam pelas buscas do poderes ou outras buscas não nobres, do ponto de vista ético moral. Contudo, percebo não ser somente os vigários que sentem saudades de seus velhos hábitos, embora estilizado com nova tecnologia, mas as instituições e o mundo estão com saudades de estradas antigas que hoje, não solucionam os desafios modernos. Como então equacionar esse drama institucional que não ventila novos caminhos, apenas quer manter os antigos em roupagem jovial ou velhas receitas? A filosofia me ensinou que mais importante que as respostas são as perguntas, de modo que pouco me atreverei enveredar em querer dar respostas. O fato é que em tempos que a revolução não chegou ou, se chegou não trouxe o novo podemos concluir que é preciso repensar que mundo nós queremos de fato? Seja qual for a cor é preciso buscar na memória histórica inspiração ética pra avançar nas respostas. Por isso urge nos tempos atuais homens e mulheres que desejem de fato construir uma sociedade nova a começar por Nós com hábitos de fatos novos no conteúdo. A revolução começa em Novos hábitos sem perder a lucidez da memória histórica e o conteúdo. É possível sim construir novos caminhos com a experiência do passado e que os hábitos em circulação pouco ajudem e a humanidade debruçar sobre os seus reais desafios. Ainda, o que nos desafia são os novos debates que são nos apresentados no mundo contemporâneo e longe de obstar a realização humana são possibilidades para avançar no sentido da vida e na eterna construção de uma sociedade mais digna, inclusiva na sua diversidade em Ser.
Abraços cidadão.

*Sacerdote católico