Gustavo Hoffay*

Que gritos por justiça irão convencer nossos parlamentares a mover-se e promoverem uma situação real que satisfaça aos anseios de duzentos milhões de brasileiros? Nos dias atuais, quando se lançam dúvidas sobre a eficácia da aplicação da Justiça em nosso país e principalmente no tocante às penalidades impostas a agentes de homicídios, acredito que família alguma oculte de seus filhos menores a indignação popular diante de casos em que homicidas-confessos são desobrigados de deporem em alguma delegacia, enquanto alegando o direito de responderem somente durante o seu julgamento e ainda são tratados por “suspeitos” pela imprensa. Pior: marginais escapam de ser presos em flagrante de delito e depois de vinte e quatro horas se apresentam a uma delegacia, prestam depoimento e são liberados! Francamente…. o que estamos promovendo em termos de aplicação da justiça em nosso país e que lições estamos deixando aos nossos filhos, diante de tanta conivência do poder público com uma criminalidade que alcança picos cada vez mais assombrosos? Ora! A manutenção da ordem pela Justiça tem de ser, necessariamente, passada de geração a geração e há de ser sempre baseada na verdade e não em fantasias. A legislação vigente precisa ser urgentemente revista e atualizada para que esse clima de total insegurança em nosso país permita a um cidadão, ao menos, sair de casa em direção a uma padaria e retornar com segurança. A grande maioria das famílias, acredito, alerta seus filhos e cerca-se de equipamentos de segurança para prevenir-se das ameaças constantes de humanos desesperançados, famintos e revoltados e que usam de extrema violência para impor o seu “modus operandi” em benefício da manutenção de sua índole, do seu poder fugaz, da satisfação dos seus desejos mais comezinhos. Digamos que sempre tenha sido assim e desde que o mundo é mundo, mas ocorre que o exército de cruéis e sanguinários delinquentes aumenta e se arma de maneira assombrosa, enquanto usando táticas e técnicas que não estão previstas em manuais de polícia deste ou de qualquer outro país do planeta Terra. Uma série de reflexões podem ser insinuadas a esse respeito mas, francamente, eu destaco um comodismo, uma morbidez calamitosa, um conformismo letal a partir de famílias que deveriam fazer despertar, genuinamente, valores positivos em seus filhos de modo a assumirem um lugar grandioso em seu futuro e cobrarem das autoridades constituídas a edição e aplicação de leis que realmente façam justiça a um povo cansado de ser alvo constante da criminalidade vigente. Nós, povo, temos o dever patriótico de fazer sobrepujar sobre atos criminosos os nossos direitos e levarmos à plenitude ou à consumação uma legislação que faça-nos sentir menos inseguros e mais gente. Ora! Estamos fartos de assistir criminosos que não cumprem sequer a metade de suas penas, saírem sorridentes pelas portas de alguma penitenciária e com o sentimento de que venceram, com facilidade, todo um complexo judiciário que agiu pela sua condenação. E em que consiste a aplicação da justiça sob o ponto de vista popular? Punir com rigor aqueles que descumprem as leis. Facilmente compreende-se o absurdo aumento da criminalidade em solo tupiniquim, como a algo concebível a partir de uma outra prática criminosa, a passividade de senadores e deputados federais e calamitosamente apoiada por uma considerável e hipócrita parcela da nossa sociedade. Ou a população ordeira assume uma posição categórica frente a uma omissão vexatória da maioria dos nossos congressistas diante da avassaladora onda de criminalidade ou, francamente, continuaremos de joelhos ao chão, em uma atitude covarde e em detrimento do futuro de quem dedicamos o nosso amor e a nossa vida: nossos filhos. Temos de nos opor à mentalidade inoportuna e maligna de congressistas infiéis, medrosos e preguiçosos que acomodam-se em sua própria omissão e em prejuízo da vida de quem os elegeram. Sim, estamos revoltados, frustrados, decepcionados com o que existe em termos de uma legislação criminal que prejudica quem trabalha, produz e quer paz.

Agente Social – Uberlândia-MG