Gustavo Hoffay*

Confirmei as minhas tenebrosas previsões a partir do que, nos últimos dias, venho lendo e ouvindo e o que, definitivamente (?) fará cair por terra a já tênue esperança de quase duas centenas de milhões de brasileiros: o famoso trio Gi LeT, formado por alguns dos mais eminentes juristas brasileiros da atualidade ( Gilmar, Levandowski e Tóffoli ), deverá concluir o sepultamento definitivo da Lava-Jato a partir da decretação da soltura do corrupto Luiz Inácio Lula da Silva, formador de quadrilha e lavador de dinheiro. E a data de tal infortúnio parece já estar definida: dez de maio! Talvez, até, os “vermelhos” inventem algum projeto-de-lei que venha a tornar essa data em feriado nacional e sob o título de “Eu já sabia”; aliás, o que já tornaria uma sugestão de título de alguma marchinha de carnaval ou samba enredo de alguma das escolas samba do Rio ou de São Paulo. Sim, afinal estamos no Brasil e onde não faltará nos cardápios de muitos restaurantes a tal Pizza GiLeTi, basicamente composta de jiló, abacaxi e pimenta (amarga, ácida e ardida). Sim, vale-tudo em nosso Brasil e sob as tranças da Justiça. Falta ainda escolher a marcha fúnebre que será tocada durante o enterro ( ou cremação?) da Operação Lava-Jato e que, sabemos, teve o juiz Moro por magnifíco maestro. Aliás, essa é uma notícia que correu recentemente por todos os meandros do Superior Tribunal de Justiça, até ir parar na cozinha daquele suntuoso prédio para, posteriormente, ser ofertada na bandeja para a massa tupiniquim. O “dono” do prontuário 700004553820 poderá, finalmente, ser transformado em mártir e ter, futuramente, o seu nome inscrito no cânon de santos do Vaticano. Desde já imagino um estupor seguido de imenso delírio de uma galera formada por milhares de seus seguidores e que, em caravana até à sede do PT ou até à frente do edifício onde Lula possui um tríplex, farão um carnaval temporão seguido de um fantástico espetáculo de fogos de artifício. Em Garanhuns será erguida uma grande estátua em sua homenagem e, claro, com uma faixa presidencial esculpida em seu peito. Mas a algazarra não será completa, pois Lula não poderá concorrer a uma nova eleição para presidente da República, pelo menos por agora. Boulos, talvez, seja eleito para dirigir o país e a partir de comandos originados de algum sítio, em algum lugar abaixo da Linha do Equador. Enfim, o Brasil e o mundo assistirá a um ex-preso saindo gloriosamente de um prédio da Policia Federal, escoltado por quem antes o vigiava e levado para os braços de uma massa que tripudiou a Justiça, enquanto de braços dados com senadores e deputados que haviam sido alvos de um atentado, quando passageiros de um ônibus no Paraná. Não bastaram meses de investigação, a condenação por quatro juízes e outros seis processos de ladroagem para mantê-lo na prisão. Muito em breve, o dia dez de maio, no meu entender, ficará definitivamente registrado como a data-mor da impunidade no país das maravilhas jurídicas.

*Agente Social
Uberlândia-MG