Eliana França Leme

Não é possível entender a justificativa dada por quem se opõe à intervenção militar na Segurança do Rio de Janeiro. Uma delas é a de que as causas geradoras da violência, que todos sabemos, são múltiplas e complexas, além de virem num crescendo há décadas, não serão resolvidas.
Sim, por óbvio não serão, mas o resultado de muitos anos de descaso estão aí, gerando uma violência alarmante e sem controle, pondo em risco a vida de qualquer cidadão, em especial os que vivem nas comunidades e também de policiais que, sem recursos e preparo adequado para enfrentar uma guerrilha urbana, com salários baixos e atrasados, têm sido abatidos como moscas. Crianças são as maiores vítimas de balas perdidas, além de adultos e tudo ocorrendo de forma trágica. Assim, como imaginar que só se atue com as caudas solucionadas? Ora, isto demandará anos de trabalho intenso com a adoção de estratégias corretas, com bons e honestos governantes, devotados às soluções contínuas dos problemas geradores desta doença social que tem afetado agudamente o Rio e outros estados em situação de deterioração crescente.
Assim, uma ação emergencial era mais do que necessária para conter os efeitos maléficos das razões que trouxeram o Ria para este descalabro.
Ninguém espera, por óbvio, que esta intervenção vá cuidar das causas pois este não é o propósito da missão. Mas sim colocar limites à criminalidade, à violência e à insegurança da cidade símbolo do Brasil, cartão postal do nosso país. Portanto, boas vindas às gloriosas FFAA brasileiras, já que é de sua natureza e missão proteger a população onde quer que ela se encontre em perigo e sob ameaça. As causas serão objeto de trabalho intenso durante anos dos setores adequados, se a população colaborar escolhendo com muito cuidado seus governantes. Que não caiam no canto sedutor de populistas pois são estes os maiores causadores de danos graves.

Eliana França Leme
Psicólogas – email: efleme@gmail.com