Eliana França Leme

Em seu artigo “Jus Esperneandi” (16/01 – Estadão), Eliane Cantanhêde coloca os que são anti-Lula no mesmo pé de igualdade com os pró-Lula, classificando-os como “torcidas”. Embora a intenção tenha sido a de ser objetiva e neutra, pergunto se os que são anti-Lula usam black blocks, depredam patrimônio público, ou apenas exercem o direito constitucional próprio das democracias, de liberdade de expressar-se em manifestações invariavelmente pacíficas, em locais pré-determinados e autorizados. É possível comparar uma manifestação com milhares de pessoas na Paulista, vestidos de verde e amarelo sem registro de um único incidente qualquer, com manifestações de petistas que acabam sempre em quebra-quebra? Não somos “torcidas ” não. Somos, isto sim, cidadãos preocupados com o futuro do nosso país que, nos governos lulo-petistas, tivemos nosso futuro, o dos nossos filhos, netos e de todos os brasileiros, especialmente os mais pobres, totalmente comprometido, sabe-se lá por quantos anos! Não estamos portanto, os que são contra Lula, exercendo o direito de ” jus esperneandi”, isto porque nossa questão não é “espernear”, mas apoiar a sentença já proferida de Sergio Moro, de 9 anos e meio de prisão. Então, porque iríamos espernear? Bobagem! Quem não se cansa de espernear da forma mais grotesca possível, são os fanáticos petistas, que programam levar a desordem a Porto Alegre, onde Lula será mais uma vez julgado pelo caso do triplex no Guarujá. Nós intencionamos nos manifestar nos grandes centros, na véspera do dia 24/01, novamente em verde e amarelo, apenas com palavras de ordem, cada qual por sua conta, sem ônibus fretados, sem parafernália paga por sindicatos com muito gasto envolvido. Nossos anseios são diferentes, são na em prol da Justiça e são e serão sempre pacíficos, com a devida anuência de autoridades. E o desejo maior de todo cidadão de bem, que fique bem claro, é que todos sejam considerados iguais perante a Lei e que a sentença de Moro seja confirmada pelo TRF4 por apenas um dos crimes que Lula foi acusado, sem mencionar os tantos outros. Tomara que a Justiça seja feita, pois motivos não faltam. Por tudo isso, não queremos pois ser medidos pela mesma régua. Até porque quem tem ameaçado os desembargadores não somos nós que pedimos justiça, mas aqueles que querem impedir que a Justiça cumpra seu papel.

Eliana França Leme
Psicóloga