Paulo Panossian*

Apesar das mulheres serem a maioria no Enem de 2017, 72%, das mil melhores notas deste exame, ficaram nas mãos dos homens, conforme publica o Estadão! Como em Matemática, e Ciências da Natureza (física, química e biologia) em que os homens se destacaram. Já nas notas de redação as mulheres deram um show! Ou seja, 70% das mil melhores notas ficaram com as meninas! Também impressiona o número de participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) com 4,85 milhões de estudantes. Sendo 57,4% de mulheres, e 42,6% de homens. Dos que tiraram as melhores notas, 87,5% estudaram somente em escola privada, sendo 11,6% destes com bolsa integral. Outros 4,4%, estudaram parte em escola privada e publica. E somente 8,1%, do que tiveram as melhores notas estudaram em escola pública. No quesito gênero e raça, somando as médias apuradas das notas das matérias de Matemática, Ciências da natureza, Ciências Humanas e Linguagens, os homens brancos tiveram 6,62% de desempenho melhor do que dos negros. Já entre as mulheres, as brancas tiveram médias 5,7% superior, com relação às meninas negras. Por esse ângulo, a diferença apurada nas notas entre estudantes brancos e negros, não é nada constrangedor! O importante, é que, esses números disponíveis do Enem, de 2017, não sejam desprezados! E que, as autoridades da área, encontrem saídas competentes, para que todos os jovens que estudam em escolas públicas tenham um nível de educação com muito mais qualidade.

AI MEU DEUS DO CÉU

Senhor Gilmar Mendes, neste mundo globalizado, os brasileiros que andam abusando do poder nesta terra tupiniquim, não vão ter sossego tampouco passeando no exterior, como o senhor está gozando suas férias em Portugal. E por ter como ministro do STF, livrado estranhamente da cadeia até amigos condenados na Lava Jato, indignando a todos nós, é que duas senhoras brasileiras o interpelaram em Lisboa, dizendo “o senhor é de uma injustiça imensurável! O senhor não tem vergonha na cara?”. Gilmar, surpreso, apelou para o divino, resmungando “ai meu Deus do céu”, na tentativa de espantar estas senhoras! O ministro deveria saber que povo não é injusto! Já que, personalidades brasileiras que servem a Nação, com dignidade e respeito, como exemplos, o juiz Sergio Moro, e FHC, são aplaudidos por onde passam, inclusive no exterior…

IMPOSSÍVEL BEM-ESTAR

Parabenizo o Estadão, pelos constantes editoriais publicados, que estão servindo de alerta a nossa sociedade e principalmente a classe política, quando ilustram o caos das nossas contas publicas, e principalmente o relativo ao rombo cada vez mais crescente do déficit da Previdência. E neste publicado em 14/01/18, no jornal com título “A conta do Estado do bem-estar”, os números sobre o rombo da Previdência, não podem mais serem ignorados! Como o que apresentou até outubro de 2017, um déficit de R$ 257 bilhões, ou 12%, superior ao ano anterior! E como causa maior deste descalabro financeiro, os servidores públicos federais recebem 13 vezes mais que os aposentados do INSS (ou setor privado) e os estaduais 8 vezes mais. Infelizmente, esta é uma triste constatação consagrada no Brasil, em que os recursos dos contribuintes destinados ao “Estado de bem-estar”, pelo jeito devem privilegiar somente aos servidores públicos, em detrimento dos aposentados do setor privado… Porém, a situação da Previdência, é tão preocupante que dos 25,7% do que o Brasil, gasta com seu Estado de bem-estar, em 2016, 13% foram utilizados para despesas da Previdência, e sobrando apenas 6% para a educação, e míseros 4,5% para saúde! Ou seja, como muito bem diz o especialista em contas públicas, Mansueto de Almeida, investimos pesado no passado e muito pouco no futuro…

RESTOS DE RECESSÃO

Independente da prática nada austera dos nossos governantes, que sobrecarregam sem piedade os gastos improdutivos, esta recessão promovida pelo PT, de Lula e Dilma, como a pior da história, fez com que em três anos, as contas dos Estados, de positivo em R$ 14 bilhões em 2014, passaram para um rombo de R$ 60 bilhões em 2017. Conforme publicado um levantamento feito pelo especialista em constas pública, Raul Velloso, a pedido do Estadão! Como atesta Velloso, se no final de 2014, as receitas e despesas dos Estados, ficaram equilibradas em torno de R$ 929 bilhões, em 2017, até outubro, as receitas somaram apenas R$ 690 bilhões, contra despesas de R$ 715 bi.  Não por outra razão que, o nível de investimentos foi reduzido, e muitas obras foram paralisadas. Com outros agravantes, como pela falta de verba, a piora do atendimento a saúde, que já era um caos, e também dos atrasos de salários dos servidores, como ocorrem no Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, etc. E, Raul Velloso, prevê mais dificuldades para os governadores fecharem suas contas neste ano, porque, ao mesmo tempo em que não vão ter condições de zerar seus déficits, pela lei, no último ano de mandato, não podem deixar despesas para os eleitos que vão assumir em 2019. Porque, mesmo com o crescimento do PIB, que pode chegar a 3%, em 2018, o crescimento das receitas não será suficiente para o equilíbrio das contas. A não ser para aqueles Estados, que com responsabilidade foram administrados até o fim de 2017! Como Alagoas (o melhor) seguido do Paraná, Ceará, Maranhão, Piauí, incluindo também São Paulo, e Espirito Santo, com pequeno déficit respectivamente de 0,1% e 0,3%. Os outros, infelizmente, matam cachorro a grito, por obra e desgraça dos camaradas de Lula…

*Jornalista – paulopanossian@hotmail.com