Ivan santos*

Hoje é possível se perceber pelas manifestações de auxiliares do primeiro escalão que a prioridade máxima do Governo do presidente Michel Temer é aprovar a reforma da Previdência, mesmo reduzida a uma expressão simplíssima. O governo não se cansa em dizer que o reaquecimento da economia, com geração de novos empregos e com justa distribuição de renda, depende das reformas estruturais entre as quais destaca-se a da Previdência. A oposição diz que a reforma previdenciária proposta pelo governo reduz drasticamente os direitos conquistados pelos trabalhadores ao longo de meio século. O jogo de cena é deslumbrante de um lado o vulgo sem saber quem está certo ou quem mente. Na dúvida, que gera indecisões e incertezas, este escriba recebe e analisa com atenção declarações e pronunciamentos de pessoas em quem confia. Por exemplo, o professor emérito e ex-ministro Antônio Delfim Neto, que sobre a reforma da Previdência escreveu hoje na Folha de São Paulo: “A reforma da Previdência é necessária (ainda que não seja suficiente) para garantir o controle fiscal nos próximos quatro ou cinco anos e, consequentemente, para que possamos aproveitar a janela de crescimento em 2018. Ela alterara de forma radical o processo de recuperação da economia nacional, condição necessária para a execução de uma política inteligente de estímulo à volta do crescimento econômico inclusivo”. A magna questão neste momento, para gerar empregos, renda e justiça social é a reativação da produção econômica que eleve o crescimento do PIB a, no mínimo, 3% ao ano. A redução dos juros de 14,24% para 7,5% é fator positivo que alivia a pressão que acelera o crescimento da dívida pública que hoje está em R$ 3,5 trilhões. O governo gasta mais do que arrecada, R$ 150 bilhões por ano. Gasta muito com bondades e benesses para o povo concedidas por governos populistas. Sempre dissemos que o preço do Festival Social era grande e que a Tigrada iria sentir o peso na hora de pagar a conta. A hora do acerto de contas chegou. Não tem saída amigável. É preciso pagar a conta da farra sem mugir nem tugir. O discurso “Tudo pelo Social” é lindo, mas as bondades oferecidas a gregos, troianos e baianos custam caro e alguém tem que pagar por elas. Esta realidade é incontestável.

*Jornalista