Ivan Santos*

Um grupo de oportunistas, que no Brasil tem por finalidade básica desfrutar de benesses oferecidas pelo poder político, já percebeu que o líder Lula, astro do PT, poderá ser condenado na segunda instância da Justiça Federal no começo do ano que vem e, por via de consequência, tornar-se inelegível. Sabe também que os nomes alternativos indicados pelo PT para substituir o astro como candidato a Presidente da República – Fernando Haddad, Jacques Wagner, Gleisi Hoffmann, Eduardo Suplicy ou Lindenberg Farias – não têm o mesmo carisma do Mestre nem mobilizam o povão para conquistar o poder. Certos de que não conseguirão reconquistar a Presidência da República no ano que vem, os espertos esquerdistas vermelhos promovem reuniões pelo Brasil afora em nome do “socialismo democrático em defesa dos pobres e oprimidos”. O discurso do golpe não moveu o povão e amarelou. Os trabalhadores desiludidos hoje se preocupam basicamente é com as difíceis condições de vida impostas pela recessão econômica. O povão, bombardeado na média com mensagens equivocadas, segundo aos quais “todos os políticos são corruptos”, tende hoje, majoritariamente, a apoiar “não políticos” para governar a União, os Estados e os Municípios. O cenário pré-eleitoral indefinido não oferece segurança a nenhum pré-candidato a um cargo político executivo no Brasil. Os esquerdistas de ocasião, muito espertos, atuam na seara política como “socialistas-democratas” e se reúnem para mobilizar a massa em torno de um movimento que lhes ajude a eleger uma expressiva bancada no Congresso. Esta seria a melhor forma de evitar que partidos como o PT, por exemplo, se transforme em nanico inexpressivo nas próximas eleições. Muitos oportunistas poderão mudar de sigla nos próximos meses para, como lobos que se apresentam no campo com pele de cordeiro, conquistarem imunidade no Parlamento. Esta estratégia é nada além de luta vigorosa para desfrutar de parcelas de poder político a partir de 2019. Alguns partidos mudam de nome para atrair oportunistas que se locupletaram nos últimos anos e estão endinheirados. Leitor, fique de antena ligada para entender os movimentos socialdemocratas que se preparam para seduzir brasileiros e brasileiras de boa-vontade que, neste momento, se dizem desiludidos com políticos carreiristas. Cuidado com os social-mimetistas que circulam pelo espaço nacional com a mente voltada para entrar na política “sem medo de ser feliz”. Há muitas pedras e arapucas armadas no meio do caminho. Cuidado com elas.

*Jornalista