Gustavo Hoffay*

Recente post neste diário, destacou a opinião do seu autor quanto o que considera ser uma censura às artes e a perseguição a professores, medidas que proíbem a exibição de material considerado ofensivo à formação do caráter de jovens em geral. Permitam-me uma breve análise a esse respeito. Não há histeria contra as artes! O que aquele autor chamou por “pseudomoralista” é um ponto de vista exclusivo dele mesmo e não reflete, em nada, o que realmente pensa e o que naturalmente defende a moral e os bons costumes em qualquer sociedade tida por sadia, conservadora…sim! Aliás e digo de passagem, valores muito em falta em pseudos formadores de opinião e que têm na cultura da anarquia e de uma superada prática revolucionista algumas das suas marcas indeléveis, infelizmente. A ideologia de gênero existe e mesmo a minha neta é testemunha da sua aplicação na escola onde está matriculada e advinda de um dos seus professores. A educação para a diversidade é um princípio que permite um mix cultural em uma mesma sociedade ou partes integrantes da mesma e desde que, obviamente, aplicada a públicos capazes de um discernimento próprio e sem a ingerência de qualquer opinião ou gesto que induza o público alvo a ter ideias contrárias à cultura com a qual foi criado, além de conhecer e respeitar os contextos históricos onde o mesmo age e vive. Assim o que é moderninho e bacaninha para alguns, não o é para outros e quanto mais quando chega a ofender a plenitude daquilo que um terceiro tem para si na qualidade de bagagem cultural…ou não. A abordagem à qual muitos referem-se por cultural e que deu início a toda uma celeuma nacional e com respingos multinacionais, para a quase totalidade do povo brasileiro trata-se de uma sem-vergonhice explicita, descabida, tresloucada e por tudo isso censurável, sim; um ataque aos bons costumes e nunca visto sob uma perspectiva intercultural crítica ou uma postura pós-moderna, pós colonial. Um pai de família de classe baixa ou média, enfim, sem privilégios, não deseja ou sequer tem a intenção de ver o seu filho menor analisando o embate entre universalismo x relativismo. É preciso levar em conta que a arte pode propor a aceitação da sociedade sobre determinada ideia e exposta na forma de objetos de formas absolutamente diferentes, mas nunca de maneira inadequada, desrespeitosa e injusta para com pessoas diversas e quanto mais em se tratando de seres ainda impúberes, cuja formação de caráter os próprios pais trazem consigo e aplicam sobre aqueles que são de sua responsabilidade, criados com amor e educados em lares onde reina o respeito, a conduta retilínea e virtudes que são fontes de energia positiva. E não compreendo como haver virtude em uma exposição onde a inércia e a passividade inibem e constrangem o discernimento de crianças que devem colher na sua idade o néctar precioso que irá suavizar a sua idade madura. Não podemos permitir que meninos e meninas, ante o desencadear furioso das paixões e sequiosos de fé e de beleza sintam-se terrivelmente mergulhados nas brumas da descrença pelo ser humano, não creiam no mundo que há de surgir para eles e porque esse contraria muito daquilo que lhes foi ensinado pelos seus próprios pais. E assim os nossos jovens deixam de crer até em si mesmos, pois deixam de compreender-se. E tudo isso em nome de um tal “modernismo” que só interessa a poucos e cujas pretensões culturais em relação à juventude já dão sinais de cansaço e raquitismo.

*Agente Social – Uberlândia-MG