Ivan Santos*

Uma das mais importantes reformas – a Política – continua, há alguns anos, emperrada no Congresso Nacional. Na manhã de ontem, em Brasília, o presidente interino da República, Rodrigo Maia, que é também presidente da Câmara Federal, reuniu-se com 20 líderes de partidos políticos para juntos empreenderem esforços para concluir uma reforma político-partidária. A conversa foi rotineira e fixou-se em aprovar recursos para financiar as próximas eleições. Os líderes partidários mostraram-se preocupados com o financiamento das campanhas eleitorais em 2018. Uma ideia predominante é aumentar o Fundo Partidário para R$ 3 bilhões, decisão com a qual nem todos concordam. A maioria quer que o governo disponibilize, pelo menos, R$ 6 bilhões ou mais para financiar as campanhas eleitorais no ano que vem. Para eleger senadores, governador e deputados estaduais que se virem os Estados. Esta é a reforma política que pode entrar em pauta para ser aprovada neste ano até o fim de setembro, um ano antes das eleições. Quanto à criação de distritos eleitorais, se houver consenso, seria somente para as eleições de 2022. A eleição do ano que vem tende a ser pelo velho e surrado sistema de votação proporcional. Em verdade não há consenso majoritário entre os políticos para aprovar uma reforma política porque a maioria dos deputados e senadores só pensa em formar coligações com partidos pequenos – que até o ano que vem serão mais de 40 – para ter tempo de televisão para propaganda eleitorais e contagem de votos proporcionais para eleger deputados pendurados na legenda. A reforma política no Brasil hoje, será para deixar tudo como está ou como sempre foi.

*Jornalista