Ivan Santos *

“Em quatro anos a Polícia Federal deflagrou 2.056 operações contra organizações criminosas que provocaram prejuízos estimados em 123 bilhões ao País. Os números revelam que o maior rombo não é o apurado pela Lava Jato, mas o causado pelas fraudes nos fundos de pensão investigadas na Operação Greenfield, que alcançam R$ 53 bilhões ou quase quatro vezes o valor de R$ 13,8 bilhões desviados pelo esquema que agiu na Petrobrás”. Esta informação não é relato de um fantástico conto de ficção. Foi divulgada ontem pelo jornal “O Estado de São Paulo e foi extraída pelo tradicional veículo de comunicação através de dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação. Os dados e as informações assustam quem deles tomar conhecimento. Antes de conclusões apressadas as informações reveladas pelo Estadão servem para que possamos avaliar números e comparar o volume de dinheiro desviado em quatro anos: R$ 123 bilhões! Outra informação que nos deixou perplexo foi saber que o maior desvio de dinheiro público não foi da estatal Petrobrás (CR$ 13,8 bilhões), mas nos Fundos de Pensão que são influenciados pelo Governo. Destes foram furtados R$ 53 bilhões. Alguém, em sã consciência, pode acreditar que essas quantias estratosféricas de dinheiro foram furtadas na calada da noite sem que o Governo soubesse? Isto é história de conto da Carochinha ou conversa pra boi dormir. O Brasil foi extorquido cinicamente por uma muito bem organizada gag que se apoiou em partidos políticos cuja filosofia que os unia adotava o lema, segundo o qual era e continua a ser “levar vantagem em tudo sem medo de ser feliz”. Feliz com muito dinheiro fornecido por mensalões, petrolões, fundos de pensões, bancos oficiais de fomento, obras superfaturadas e outros negócios especiais com o poder público. Nunca na história deste país brasileiro houve tanta roubalheira “sem medo de ser feliz”. Vai ser preciso muita serenidade, coragem e determinação para passar o Brasil a limpo, prender os corruptos e recomeçar a reconstruir um governo sereno e responsável. A falta de confiança no Brasil chegou a um nível espantoso.

* Jornalista