Ivan Santos*

A crise política prossegue estranha, complexa e indefinida. Na próxima semana, se não houver mudança de rumo, o Procurador Geral da República deverá pedir o indiciamento do Presidente da República por improbidade administrativa e pedir a cassação do mandato dele. Situação mais do que complicada. No Congresso, o Presidente Michel Temer tem hoje mais 172 votos para barrar uma tentativa de impeachment porque até agora o governo dele tem sinalizado com reformas para controlar as contas públicas e reativar a produção econômica. Em Minas Gerais o clima político, que está confuso e agitado com a possibilidade de o governador Fernando Pimentel ser processado pelo STJ por malfeitos no serviço público, está mais agitado com um pedido de prisão do senador tucano, Aécio Neves, na próxima terça-feira, ser apresentado pelo STF. No começo desta semana o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal informou que vai levar o julgamento, na próxima terça-feira, o pedido de prisão do senador mineiro. O Ministério Público denunciou o líder tucano mineiro por crimes de corrupção passiva e obstrução de justiça. Aécio, segundo a Procuradoria Geral da República, atuou com o Presidente Temer para impedir investigações a cargo da Operação Lava Jato. Aécio disse nesta semana que alguém armou uma arapuca contra ele por questões política. Resta-lhe provar na Justiça que é vítima de armação para voltar a exercer o mandato no Senado, do qual foi afastado por decisão monocrática do ministro Fachin, relator dos processos da Lava Jato. Se o senador Aécio vai fazer companhia na prisão à irmã dele, Andréia Neves, ninguém pode prever hoje. Política no Brasil desfila hoje com prioridade nas páginas policiais dos principais jornais nacionais.

* Jornalista